A que viemos?

Viemos para soltar a língua e dar asas à imaginação: dane-se o leitor!

domingo, 8 de agosto de 2010

Soneto II

Pudera eu livrar-me dos apegos
de uma alma a temer o desamor.
Na esquina, a vida mostra a dor
e arrebata os sonhos e sossegos.

Maior sorte arrancar-me os desejos
teria, fosse vida do ator
que cala em lenço o pranto do amor
e se apraz com mil flores e gracejos.

O mar não me faria mais salgada,
o sol não me daria mais rudeza
que privar meu amor da alegria

de ter seu riso, e tão apaixonada,
atormentada em minha natureza,
sei que não mais da vida eu teria.

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