Nanda viu-se envolvida nos braços de Raul; um Raul impetuoso que esfregava avidamente o corpo contra o dela, num tsunami voluptuoso que causou estranhamento na mulher. O quarto na completa obscuridade fez com que Nanda cismasse ainda mais com o comportamento do marido. Parecia outro, um outro homem ávido de tê-la, penetrá-la com aquele pinto duro feito uma rocha. Nanda sentiu-se ameaçada por tanta luxúria.
Raul, ou quem quer que ali estavesse, abria as pernas de Nanda com a fúria de um desmatador de florestas: o pau à frente, pressionando a junção de suas coxas. Nanda abriu-se e deixou-se levar. Raul gozou. Nanda deu um longo gemido e, por instantes, abandonou os pensamentos desconfiados. Adormeceram.
Café da manhã, no dia seguinte.
Nanda: – Gostei de ontem! O menino tava entusiasmado, não
Raul: – Éééé.
Nanda: – Até me passou pela cabeça que não era comigo que você tava transando...
Raul: – Ahhh.
Nanda (levando cada vez mais a sério sua desconfiança): – Isso é uma sacanagem! Fico muito decepcionada com você. Onde já se viu transar comigo pensando em outra pessoa!
Raul: – Nãooo!
Nanda, despedindo-se e já saindo para o trabalho: – Que falta de respeito! Fico puta da vida com essa falta de caráter!
E mal ouviu o comentário final de Raul: – Ãããã? Você se substima, Nanda...
Roque Tadeu Gui
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