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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dublê de corpo

Nanda viu-se envolvida nos braços de Raul; um Raul impetuoso que esfregava avidamente o corpo contra o dela, num tsunami voluptuoso que causou estranhamento na mulher. O quarto na completa obscuridade fez com que Nanda cismasse ainda mais com o comportamento do marido. Parecia outro, um outro homem ávido de tê-la, penetrá-la com aquele pinto duro feito uma rocha. Nanda sentiu-se ameaçada por tanta luxúria.

Raul, ou quem quer que ali estavesse, abria as pernas de Nanda com a fúria de um desmatador de florestas: o pau à frente, pressionando a junção de suas coxas. Nanda abriu-se e deixou-se levar. Raul gozou. Nanda deu um longo gemido e, por instantes, abandonou os pensamentos desconfiados. Adormeceram.

Café da manhã, no dia seguinte.

Nanda: – Gostei de ontem! O menino tava entusiasmado, não

Raul: – Éééé.

Nanda: – Até me passou pela cabeça que não era comigo que você tava transando...

Raul: – Ahhh.

Nanda (levando cada vez mais a sério sua desconfiança): – Isso é uma sacanagem! Fico muito decepcionada com você. Onde já se viu transar comigo pensando em outra pessoa!

Raul: – Nãooo!

Nanda, despedindo-se e já saindo para o trabalho: – Que falta de respeito! Fico puta da vida com essa falta de caráter!

E mal ouviu o comentário final de Raul: – Ãããã? Você se substima, Nanda...

Roque Tadeu Gui

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