A que viemos?

Viemos para soltar a língua e dar asas à imaginação: dane-se o leitor!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Soneto I (da desesperança)

Quando do amor se perde a medida?
Viver à espera do amanhã lá fora,
viver instante, já que importa o agora.
Seguiremos, sem medo dessa lida?

O tempo tece o sonho dos amantes
que a sua própria mão desfaz, desata.
Pois enquanto uma planta, a outra mata,
tornando mágoa o que era paixão, antes.

Se deixamos que o tempo aconteça,
que venha a chuva, mude a estação,
mas cuide que o amor não adoeça.

Pois no vácuo entre o tudo e o nada,
no hiato da descrença e da razão,
há liga entre a partida e a chegada.

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